25 de fev. de 2011

Deserto



Como um deserto esta meu coração,
vazio feito o espaço,
infinitamente perdido em solidão,
quisera agora ter um amor para pensar,
pra poder sentar e conversar ,
pra poder abraçar e beijar,
fazer tudo o que depois de um beijo 
possa despertar.
Na minha busca incessante, 
perdida em desertos imensos,
até em labirintos eu entro,
pra achar a metade que falta em meu coração,
metade perdida sei lá onde,
por onde procuro de mim se esconde,
de mim se dispersa...
tão vago e frio, 
como num rio de águas escuras,
que se perde até onde não se procura.

Sônia Amorim

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